POR FERNANDO BRITO
Talvez, realmente, Luciano Huck esteja indeciso sobre ser ou não candidato e suas dúvidas não sejam apenas uma jogada de marketing. Há muita coisa em jogo para ele, do ponto de vista de seus negócios: ele controla ou é sócio de dezenas de empresas.
Mas estes dias têm servido para mostrar que, neste momento, ele é o candidato dos grandes grupos de comunicação, que prometem ? não sei se conseguirão ? livrá-lo do tiroteio e do exame com lupa a que qualquer candidato presidencial está sujeito normalmente e muito mais nestes tempos de histeria moralista.
Está claro, mesmo antes de declarar-se candidato, que Luciano Huck é ? ou querem que seja ? um fantoche da necessidade que têm de colocar qualquer um na Presidência da República, mesmo que seja um aventureiro despreparado e desprovido de sentido próprio.
Há Malans e Ermínios prontos a cuidar do que interessa ? as finanças ? e Fernando Henrique para ser o sábio conselheiro do jovem príncipe. Huck poderá fazer a sua ?social? livremente. O casal real e sua prole dourada farão bela figura, não dando, até, quem sabe, um ?ar de Suécia?.
Programa de governo? Redige-se-lhe um em poucos dias.
A política, destruída, arrasada e massacrada pelos meios de comunicação, está sem nomes.
A ideia que Michel Temer possa ser candidato à reeleição não resiste a um carro alegórico. Geraldo Alckmin dedica todo o seu tempo a escapar das rasteiras e facadas de seus ?companheiros?. Bolsonaro, tem o teto da estupidez, embora estejamos a construir sobre ele, faz tempo, o terraço para ?elevá-la?. Rodrigo Maia e Henrique Meirelles, desnecessário falar.
Huck é a sua grande esperança de enfrentar aquele que vier a ser o candidato do não ? se impedirem que Lula o seja ? que inevitavelmente surgirá. protegem-no descaradamente e basta pensar o que seria o escândalo nos jornais e nas tevês, para qualquer outro presidenciável, de um jatinho de R$ 17 milhões financiado pelo BNDES ou os R$ 20 milhões da Lei Rouanet revelados em sequência.
Huck, antes mesmo de ser um presidente-fantoche, está sendo o candidato-fantoche, o que não conduz, é conduzido.
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