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Mais de 200 mil pessoas apresentam mal de Parkinson no Brasil

Mais de 200 mil pessoas apresentam mal de Parkinson no Brasil

Prisão de ventre e pesadelos violentos estão entre os primeiros sintomas da doença;

Se estivesse vivo, o médico inglês James Parkinson completaria na quarta-feira (11) 263 anos. Por isso, o dia 11 de abril é considerado o Dia Mundial da Doença de Parkinson, ou mal de Parkinson. Ele foi o primeiro especialista a descrever detalhadamente os sintomas e os critérios de diagnóstico da doença que leva seu nome.

Mais de 200 mil pessoas apresentam mal de Parkinson no Brasil

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, 1% da população mundial acima de 65 anos tem o mal de Parkinson. No Brasil, a estimativa é de que ela acometa mais de 200 mil pessoas.

Na maioria dos pacientes, os sintomas começam a aparecer a partir dos 50 anos. Mas a doença está diretamente ligada ao tempo de vida. Quanto mais a pessoa vive, maior a chance de ter, sendo que a maior prevalência é entre idosos com mais de 70 anos.

Mais de 200 mil pessoas apresentam mal de Parkinson no Brasil

O mal de Parkinson é uma doença degenerativa que ainda não tem causas conhecidas. O que se sabe é que ela é desencadeada por uma série de fatores, que podem variar de um indivíduo para o outro e que envolve diferentes genes, mas especula-se que fatores ambientais também podem desencadear a doença.

Existe, também, uma forma hereditária do mal de Parkinson, mas ela é bem incomum. Nesses casos os primeiros sintomas começam a aparecer por volta dos 20 anos.

Mais de 200 mil pessoas apresentam mal de Parkinson no Brasil

A característica comum entre todos os pacientes é a morte das células do cérebro, principalmente dos neurônios que ficam em uma região chamada de substância negra, onde é produzida a dopamina.

Esta substância é um neutrotransmissor produzido em diferentes áreas do cérebro. Ela desempenha funções cognitivas e motoras, como o controle dos movimentos e organização da memória.

Com o passar dos anos e o avanço da doença, neurônios de outras partes do cérebro também morrem, por isso é comum, a longo prazo, o surgimento de sintomas como a demência.

Primeiros sintomas:

Mais de 200 mil pessoas apresentam mal de Parkinson no Brasil

Parkinson é normalmente associado ao tremor, rigidez muscular e dificuldade de manter a postura ereta. Mas estes sintomas só aparecem quando os neurônios da substância negra estão reduzidos a cerca de 5%. Antes disso acontecer, a doença apresenta uma série de sintomas não motores, mudanças no organismo que nem sempre são identificadas, mas que podem ajudar na confirmação de um diagnóstico precoce.

Segundo o neurologista Antônio Galvão, do Hospital das Clínicas da USP, estes sintomas começam a aparecer cerca de 20 anos antes da doença se manifestar. O primeiro destes sintomas é a prisão de ventre. “Isso acontece porque a primeira área afetada pela morte dos neurônios é a do nervo vago, que entre outras funções, controla os movimentos involuntários do intestino”, explica o médico.

Mais de 200 mil pessoas apresentam mal de Parkinson no Brasil

Outro sintoma comum que marca as primeiras manifestações do Parkinson é um disturbio na fase REM do sono, aquela fase em sonhamos. A pessoa começa a ter pesadelos muito fortes e muito vívidos.  “Alguns pacientes chegam a acordar gritando, desesperados”, explica Galvão.

Redução na capacidade de reconhecer cheiros, alterações de humor e depressão são outros sintomas comuns que aparecem antes das dificuldades motoras.

Reconhecer esses sintomas e perceber que eles são um alerta para o mal de Parkinson é um desafio. Por isso, o diagnóstico deve ser feito depois de uma avaliação médica completa, o que o neurologista Henrique Ballalai Ferraz, do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) chama de avaliação em 360 graus.

“O profissional deve acompanhar o paciente de perto e tentar mapear o máximo possível todos os sintomas, mesmo aqueles não motores, para que o tratamento seja o mais assertivo”, explica.

Ferraz alerta que os médicos precisam estar muito atentos, pois a maioria dos sintomas da fase inicial são difíceis de perceber porque são vinculados a várias outras doenças.

Tratamento

O mal de Parkinson não tem cura e, como não mata, pode acontecer de um paciente viver durante décadas com o problema. Segundo o neurologista Henrique Ballalai Ferraz, mesmo assim é possível ter qualidade de vida. “Atualmente existem medicamentos que melhoram o desempenho das funções que o paciente necessita desenvolver, apesar de não impedirem a evolução da doença. Além disso, seguir a orientação do médico e manter uma rotina enérgica, tanto física quanto intelectualmente, favorecerá o sucesso do tratamento”, afirma.

O tratamento costuma ser feito com uma combinação de medicamentos que que ajudam a repor a dopamina, mas existem outras opções.

Um destes tratamentos é a neuromodulação, ou neuroestimulação profunda do encéfalo, que consiste no implante de eletrodos no cérebro. O procedimento ajuda a controlar os movimentos involuntários. Este é um tratamento bem conhecido e usado na área, mas nos últimos anos evoluiu, recebeu atualizações e novas tecnologias.

Uma das principais mudanças é a bateria, que agora chega a durar sete ou oito anos e evita que o paciente tenha que passar por procedimentos cirúrgicos frequentes para ajustar o equipamento. A bateria é colocada dentro da caixa torácica e ligada aos eletrodos por um fio.

De acordo com o neurocirurgião Cláudio Corrêa, coordenador do Centro da Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho, a cirurgia é bastante simples e, em apenas dois dias, o paciente tem alta. “Um ponto importante é que a melhora dos sintomas pode ser sentida muito rapidamente”.

O neurocirurgião também explica que o procedimento que pode ser realizado com anestesia local e com baixo índice de complicação. No pós-operatório, após alguns dias, o neurologista acompanha o paciente ambulatoriamente, programando o eletrodo implantado e ajustando o tratamento com medicamentos, quando for o caso.

O médico lembra que há um ganho importante para a qualidade de vida do paciente. “Com isso, além de diminuirmos a quantidade de medicamentos, os pacientes voltam a fazer atividades mais básicas do dia a dia, como abotoar a camisa ou alimentar-se sem a ajuda de outras pessoas”, afirma.

Este tipo de tratamento é indicado para pacientes que não respondem satisfatoriamente à medicação e estão com os movimentos muito comprometidos.

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